domingo, 20 de maio de 2012

Melancolismo

Sou um sujeito melancólico, tenho de adimitir.
Cheguei a esta conclusão analisando um dos meus prazeres: o Jazz. Oh god, como eu gosto desse ritmo, dessa arte e desse tempo.

Quando estou sozinho em meu laboratório Dinah e outras divas me fazem companhia. Gosto de cozinhar ao som de Jazz. Oh tardes de sábado são tão melhores ao som do Jazz. A melodia e as letras são melancólicas, quase sempre, e provocam este sentimento em quem houve.

Sou melancólico sim, não só porque gosto do Jazz, mas adoro o passado. Tudo que parece pertencer a outra vida me agrada, especialmente início a metade do século 20. Gosto muito disso, realmente desfruto de momentos de melancolia.

Talvez por isso gosto de escrever, de ler, reler. Estou sempre mudando de lugar porque gosto de lembrar os lugares anteriores. Talvez por isso não cultivo longos relacionamentos, porque necessito melancolizar aquilo que me agrada.

Melancolismo, um vício interessante. Para mim especialmente. De vez em quando, quando estou escutando a tradução sonora da melancolia, adiciono mais alguns vícios, que por agora são apenas prazeres soturnos. Um cigarro, um copo de vodka, um sofá confortável com uma janela onde eu possa olhar para o nada enquanto mergulho em lembranças antigas, algumas que nem mesmo são minhas, mas agradam-me ao passar por minha mente.

Fico assim por horas em uma espécie de transe. Na tarde de hoje foi um destes momentos. Intensificado pela saudade do meu país, dos meus amigos e da minha família. E acredite foi a melhor maneira de fechar a semana.

3 comentários:

Penkala disse...

eu sou um pouco mais óbvia. minha melancolia é azul. não tem cigarro, não tem vodka, mas tem blues. não sei se é o tema, não sei se é a forma de chorar o coração despedaçado, não sei se é a reclamação solitária da guitarra, mas o blues sempre fala comigo. e eu sempre olho pra ele sem ter o que dizer.

Penkala disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Penkala disse...

a eterna nostalgia de um passado que nunca existiu pra gente. está no jazz (ou blues) puro, em coisas que a gente toca e nos transportam pra outros tempos. é o zeitgeist que incorporo (incorporamos) ou nosso espírito é o que não é mais de tempo nenhum?